CD Hybrido – From Rio to Wayne Shorter, by Antonio Carlos Miguel – G1 (Brasil)

Shorter por Antonio Adolfo e banda

Na semana encurtada pelo feriado de Páscoa, apenas dois discos físicos me procuraram e rodaram bem. Ambos instrumentais, mostrando que os filtros que estipulei para assessores de gravadoras e artistas estão funcionando.
“Hybrido: From Rio to Wayne Shorter" (AAM / distribuição Rob Digital) é o novo de Antonio Adolfo. Como o subtítulo conta (e explica o título), trata-se de um tributo com sabor carioca que o pianista presta ao saxofonista, compositor que desde os tempos no grupo de Miles Davis, nos anos 1960, vem contribuindo para ampliar a biblioteca do jazz. São oito temas de Shorter e, fechando o CD, um de Adolfo, “Afosamba", que está na mesma sintonia do homenageado - e também é híbrido por aqui misturar duas vertentes afro-brasileiras, afoxé e samba.
Radicado nos arredores de Miami há quase duas décadas, nos últimos anos, AA voltou a gravar com frequência, quase sempre com músicos brasileiros do primeiro time. Neste, em dezembro passado, no estúdio carioca Visom Digital, estava cercado de Lula Galvão (guitarra), Jorge Helder (contrabaixo), Rafael Barata (bateria e percussão), André Siqueira (percussão), Jessé Sadoc (trompete), Marcelo Martins (sax tenor e soprano e flauta), Serginho Tombrone, mais participações de Zé Renato (vocalises em “Footprints") e Claudio Spiewak (violão em “Beauty and the beast"). Gente que completa o sotaque brasileiro imprimido a composições de Shorter como “Speak no evil", “Black Nile" e “E.S.P.".